Diferencia entre revisiones de «Jardín de Bo»

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|Descripción=En memoria del poeta argentino Efraín Tomás Bo (1917-1978), miembro de la Santa Hermandad de la Orquídea.
  
 
Esta obra es un cenotafio, es decir, una tumba sin el cuerpo del difunto. Está dedicada al poeta Tomás Efraim Bo. Es un lugar al aire libre que se extiende en unos volúmenes los que permiten detenerse. Las soleras con que está construido permiten a quienes llegan, sentarse, permanecer de pie, o caminar sobre ellas pausadamente ante el vasto horizonte del Océano Pacífico.
 
Esta obra es un cenotafio, es decir, una tumba sin el cuerpo del difunto. Está dedicada al poeta Tomás Efraim Bo. Es un lugar al aire libre que se extiende en unos volúmenes los que permiten detenerse. Las soleras con que está construido permiten a quienes llegan, sentarse, permanecer de pie, o caminar sobre ellas pausadamente ante el vasto horizonte del Océano Pacífico.
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- Año de inicio de la obra: 1982.
 
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Abdias do Nascimento assim evocou o amigo Bó: “Foi um triste entardecer de um dia de maio de 1978. Eu já penava dez anos de exílio imposto pela ditadura. Visitava outras vítimas dos militares de plantão - Dona Neuza e o ex-governador Leonel Brizola, exilados como eu em Nova York. Estávamos numa pequena sala do apartamento ocupado pelo casal no Hotel Roosevelt, quando o telefone chama. Brizola responde a uma chamada do Brasil, e em seguida me passa o fone. Alguém desejava falar co- migo. Do outro lado do fio telefônico, me veio a voz inconfundível do amigo/irmão, o poeta Gerardo Mello Mourão. Que disparou a notícia terrível como um tiro no coração: – O Efraín acaba de falecer! Assim partiu o primeiro irmão da Santa Hermandad de la Orquidea a ir prestar contas à eternidade. Ele era o mais jovem entre os seis: Godofredo Iommi, Raúl Young, Efraín Bó (argentinos), Gerardo Mourão, Napoleão Lopes Filho e eu mesmo (brasileiros), além de outros que por gravitação também se somavam ao grupo de poetas que escolheu a parasitária orquídea como seu emblema. Morreu Efraín, finalizando uma existência de agonia espiritual profunda. Sua obra El hombre verde é o resumo do seu deambular pelo mundo, de coração doado e recebido, confrangido ao peso do amor e escrevendo com o próprio sangue a peripécia que Deus (o dele) lhe havia destinado. No próximo dia 3 de maio de 1998, lá vão 20 anos sem Efraín. Sem dúvida o intelectual mais bem dotado da sua geração, poeta, crítico de arte, ele foi um erudito como poucos existem. Mas dedicava uma atenção especial ao esforço de pessoas humildes e marginalizadas pela arrogância das elites”. Junto ao depoimento, Abdias publica uma foto de Efraín Bó, visitando o túmulo do poeta Friedrich Hölderlin em Heidelberg, Alemanha, na década dos setenta.
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Ver NASCIMENTO, Abdias do. “Uma orquídea para Efraín”, Thoth, 1997, p.193.

Revisión actual del 09:24 30 abr 2024

CAO jbo 02 - Jardín de Bo - 65.jpg

Jardín de Bo, 1982, En memoria del poeta argentino Efraín Tomás Bo (1917-1978), miembro de la Santa Hermandad de la Orquídea.

Esta obra es un cenotafio, es decir, una tumba sin el cuerpo del difunto. Está dedicada al poeta Tomás Efraim Bo. Es un lugar al aire libre que se extiende en unos volúmenes los que permiten detenerse. Las soleras con que está construido permiten a quienes llegan, sentarse, permanecer de pie, o caminar sobre ellas pausadamente ante el vasto horizonte del Océano Pacífico. Su nombre Jardín de Bo lo toma en el sentido que lo construido artificialmente incluye a los elementos naturales. El nombre cenotafio y su dedicación permite la realización de una obra cuyo programa es el espacio mismo.

- Año de inicio de la obra: 1982. - Materialidad: Hormigón

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Abdias do Nascimento assim evocou o amigo Bó: “Foi um triste entardecer de um dia de maio de 1978. Eu já penava dez anos de exílio imposto pela ditadura. Visitava outras vítimas dos militares de plantão - Dona Neuza e o ex-governador Leonel Brizola, exilados como eu em Nova York. Estávamos numa pequena sala do apartamento ocupado pelo casal no Hotel Roosevelt, quando o telefone chama. Brizola responde a uma chamada do Brasil, e em seguida me passa o fone. Alguém desejava falar co- migo. Do outro lado do fio telefônico, me veio a voz inconfundível do amigo/irmão, o poeta Gerardo Mello Mourão. Que disparou a notícia terrível como um tiro no coração: – O Efraín acaba de falecer! Assim partiu o primeiro irmão da Santa Hermandad de la Orquidea a ir prestar contas à eternidade. Ele era o mais jovem entre os seis: Godofredo Iommi, Raúl Young, Efraín Bó (argentinos), Gerardo Mourão, Napoleão Lopes Filho e eu mesmo (brasileiros), além de outros que por gravitação também se somavam ao grupo de poetas que escolheu a parasitária orquídea como seu emblema. Morreu Efraín, finalizando uma existência de agonia espiritual profunda. Sua obra El hombre verde é o resumo do seu deambular pelo mundo, de coração doado e recebido, confrangido ao peso do amor e escrevendo com o próprio sangue a peripécia que Deus (o dele) lhe havia destinado. No próximo dia 3 de maio de 1998, lá vão 20 anos sem Efraín. Sem dúvida o intelectual mais bem dotado da sua geração, poeta, crítico de arte, ele foi um erudito como poucos existem. Mas dedicava uma atenção especial ao esforço de pessoas humildes e marginalizadas pela arrogância das elites”. Junto ao depoimento, Abdias publica uma foto de Efraín Bó, visitando o túmulo do poeta Friedrich Hölderlin em Heidelberg, Alemanha, na década dos setenta.

Ver NASCIMENTO, Abdias do. “Uma orquídea para Efraín”, Thoth, 1997, p.193.